quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Audiência pública em Vespasiano discute os desafios da política para pessoa com deficiência

Audiência pública em Vespasiano
discute os desafios da política para pessoa com deficiência
 

Os resultados do Censo 2010, divulgados pelo IBGE, indicam que o Brasil possui 45,6 milhões de pessoas, ou 23,91% da população total, com algum tipo de incapacidade ou deficiência. Em Minas, são 4,4 milhões de pessoas, ou 22,6% da população. São indivíduos com ao menos alguma dificuldade de enxergar, ouvir, locomover-se ou alguma deficiência física ou mental. O Censo indica, ainda, que a incidência de pelo menos uma das deficiências aumenta conforme a idade: 7,5% nas crianças de 0 a 14 anos; 24,9% na população de 15 a 64 anos e 67,2 na população com mais de 65 anos. Quanto ao tipo de deficiência, tem-se que a deficiência visual era a que mais atingia tanto homens (16,0%) quanto mulheres (21,4%), com um total de 35 milhões de pessoas em 2010; seguida da deficiência motora (13,3 milhões, 5,3% para homens e 8,5% para mulheres), auditiva (9,7 milhões, 5,3% para homens e 4,9% para mulheres) e mental ou intelectual (2,6 milhões, 1,5% para homens e 1,2% para mulheres).
 
Este grupo populacional com dimensões e características próprias demanda políticas específicas do Estado. “O grande desafio é implementá-las”, afirma a Presidenta da Comissão dos Direitos da Pessoa com Deficiência Assembleia Legislativa, deputada Liza Prado, autora do Projeto de Lei 4254, que cria o Estatuto Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência em Minas Gerais. Esta questão é o tema principal dos debates da audiência pública que será realizada nesta quinta-feira, dia 20, às 19h, na Câmara dos Vereadores de Vespasiano. Reuniões semelhantes já foram realizadas pela Comissão durante o ano nos municípios de Contagem e Brumadinho (RMBH), Araguari e Ituiutaba (Triângulo Mineiro).

Segundo a parlamentar, é preciso atentar ainda para as políticas de prevenção. “Estudos apontam que as deficiências são acentuadas por duas principais razões: a primeira, típica de países que ainda convivem com problemas de saneamento, de desnutrição e de acesso não universal à atenção à saúde e a outros serviços públicos; e a outra, própria da sociedade industrializada, com aumento progressivo de acidentes de trânsito e de trabalho e da violência urbana. Isso evidencia o importante desafio de se investir em políticas preventivas”, ressalta.
 
Liza destaca, entre eles, a saúde, com a criação da rede de cuidados da pessoa com deficiência, a implantação de programa de intervenção precoce para pessoa com deficiência intelectual e a ampliação da triagem auditiva neonatal. A deputada aponta outras demandas nesta área, como o aumento da oferta e da agilidade do SUS na entrega de órteses, próteses e outros dispositivos de tecnologia assistiva para pessoa com deficiência; a aplicação de critérios da Classificação Internacional de Funcionalidade - CIF - às perícias médicas do INSS e a garantia de transporte em saúde adaptado à pessoa com deficiência, incluindo autismo, e de acessibilidade nos estabelecimentos de saúde.
 
Na área de educação, cultura, esporte e lazer, Liza Prado destaca a implantação da educação inclusiva e da educação bilíngue para surdos (LIBRAS - português), a partir da educação infantil, qualificando a escola comum com capacitação dos profissionais da educação, acessibilidade dos espaços físicos e aquisição de tecnologias assistivas adequadas, além da oferta de transporte escolar adequado às necessidades das pessoas com deficiência, incluindo autismo; a divulgação e incentivo a práticas esportivas e a criação e manutenção de equipamentos de esporte, cultura e lazer inclusivos para pessoas com deficiência, assegurando a ocupação e a promoção de eventos, a acessibilidade e as especificidades, com designação de equipe multidisciplinar, com profissionais e professores de apoio habilitados e qualificados.
 
A inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalho é outra questão preocupante. Liza cita estudo realizado pela Federação das Indústrias de Minas Gerais – Fiemg –, em 2008, que aponta, entre os principais desafios, a baixa escolaridade das pessoas com deficiência; os baixos níveis de qualificação profissional; a insuficiência dos programas de qualificação profissional específicos para as pessoas com deficiência; as dificuldades de acesso ao local de trabalho, devido à falta de acessibilidade nas redes de transporte público e, ainda a falta de acessibilidade das empresas para receber as pessoas com deficiência.
 
 
MAIS INFORMAÇÕES:
Gabinete deputada Liza Prado
31-2108-5355/9164-6660

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