domingo, 4 de janeiro de 2015

Dia Mundial do Braille - 04/01/2015




Comuns em embalagens de medicamentos, cosméticos e alimentos, em cartões de visita e em cardápios, os pontos em relevo do Sistema Braille geram uma série de perguntas sobre como a pessoa deficiênte visual lê.

Baseado na combinação de seis pontos dispostos em duas colunas e três linhas, o Sistema Braille permite a formação de 63 caracteres diferentes, que representam as letras do alfabeto, os números, a simbologia científica, musicográfica, fonética e informática.
Esse sistema adapta-se perfeitamente à leitura tátil, pois os seis pontos em relevo podem ser percebidos pela parte mais sensível do dedo com apenas um toque.

Foi graças ao francês Louis Braille, nascido em 4 de janeiro de 1809, que as pessoas deficiêntes visuais puderam beneficiar-se da escrita e da leitura, o que, além de lhes permitir o acesso ao conhecimento, permite-lhes a inclusão na sociedade e o pleno desempenho da cidadania.

O Sistema Braille chegou ao Brasil em 1850, pelas mãos do jovem cego José Álvares de Azevedo, mas foi a partir da década de 1940, com a criação da Fundação para o Livro do Cego No Brasil (hoje, Fundação Dorina Nowill para Cegos) que a produção de livros nesse formato ganhou força.

Há quem diga que nos últimos 60 anos não há no Brasil uma só pessoa cega alfabetizada que não tenha tido em suas mãos pelo menos um livro em braille produzido pela Fundação Dorina.

Uma das maiores imprensas braille do mundo em capacidade produtiva, a Fundação Dorina produziu em 2011 mais de 270 novos títulos em braille, que totalizaram mais de 90 mil exemplares distribuídos para cerca de 2.000 organizações e para todas as 5.000 bibliotecas públicas municipais do país, uma iniciativa pioneira na história da instituição.

A Fundação Dorina oferece ainda para crianças e jovens com deficiência visual o programa de educação especial destinado a enriquecer o seu processo de desenvolvimento, incentivando sua aprendizagem e inclusão em escolas regulares por meio de aulas de braille, orientação e mobilidade, atividades da vida diária, entre outros atendimentos terapêuticos.

Segundo Maria Glicélia Alves, pedagoga da Fundação Dorina, a falta de informação é ainda o principal problema em relação ao braille, pois muitos professores ainda acham que é simples ensinar o sistema a um aluno deficiênte visual. No entanto, a alfabetização braille tem as suas especificidades, e o professor, para realizar essa tarefa com êxito, tem de buscar ajuda, explica a especialista.

Pensando nisso, a cada semestre a instituição realiza cursos de capacitação para professores. A idéia é oferecer noções básicas do Sistema Braille enquanto técnica de leitura e escrita para acompanhamento e apoio do aluno com deficiência visual na sala de aula.
*A deputada federal Liza Prado é presidenta da Comissão dos Direitos da Pessoa com Deficiência da Assembleia Legislativa de Minas Gerais

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