sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Copasa pede pacto social para reduzir o consumo de águ


Empresa inicia ações e conclama população para um pacto social em torno da redução de até 30% no consumo de água e o fim do desperdício

Dentro do princípio de transparência defendido pelo governo de Minas Gerais, a nova diretoria da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), empossada no dia 16 de janeiro, anunciou nesta quinta-feira (22/01) uma série de medidas para enfrentar o período de estiagem e a redução do volume de água nos reservatórios que abastecem os municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) e cidades de outras regiões do Estado. A situação na RMBH é considerada crítica, segundo diagnóstico realizado nos últimos dias pela própria empresa.

Durante entrevista coletiva, na capital mineira, a presidente da empresa, Sinara Meireles, destacou o empenho da nova gestão da Companhia em trabalhar para garantir o fornecimento de água para a população. Para isso, Sinara disse ser fundamental que os moradores reduzam em 30% o consumo de água.

“Precisamos, nesse momento, conclamar a população de Minas Gerais para economizar água. Precisamos firmar um pacto social para que a gente possa atravessar esse período e outros que ainda enfrentaremos em relação a esse aspecto”, disse a presidente da Copasa.

Segundo ela, é urgente que a população economize água. “Estamos com os níveis dos reservatórios bastante comprometidos, e por isso, é imperativo que haja economia por parte do consumidor, do usuário do sistema, até que possamos ter ações operacionais mais imediatas e obras para que essa situação seja regularizada”, afirmou. A presidente da Copasa não descartou a possibilidade de rodízio no abastecimento das regiões afetadas.

Transparência - Para que toda a população de Minas Gerais acompanhe a situação da redução do volume de água nos reservatórios do Estado, o governador Fernando Pimentel determinou que a nova gestão da Copasa adote todas as ações de transparência. Uma das ações será a disponibilização, no site da Companhia, de informações e esclarecimentos sobre o abastecimento de água em Minas.

“Reforçando o caráter de transparência que a gente está adotando nessa nova direção da empresa, vamos disponibilizar no site as informações diárias sobre o nível dos reservatórios. Vamos realizar, e o governo estadual está com todo o empenho em trabalhar nessa questão junto com a Copasa, uma campanha educativa que tenha o principal objetivo de solicitar, de buscar a redução de pelo menos 30% no consumo de água.”

Abastecimento - Levantamento realizado pela nova diretoria da Copasa mostra uma situação crítica do sistema de abastecimento de água nos municípios atendidos pela empresa.

O Sistema Paraopeba, que abastece a RMBH e é composto pelos reservatórios Serra Azul, Rio Manso e Vargem das Flores, está operando atualmente com 30,25% de sua capacidade. Dos três reservatórios, o que apresenta a pior condição é o Sistema Serra Azul, que atualmente está com apenas 5,73% de seu volume, praticamente já operando em seu volume morto. Já o sistema Vargem das Flores apresenta capacidade atual de 28,31% e o sistema Rio Manso, 45,06%.

De acordo com o relatório, a média de produção de água tratada no sistema Paraopeba entre dezembro de 2013 e novembro de 2014 foi de 17.821.857 m³/mês. O volume acumulado nos três reservatórios em 1º de janeiro de 2015 totalizou 92.324.818 m³. Os números mostram que, considerando-se as descargas para vazão residual e a captação para produção que representam um volume extraído mensal da ordem de 25 milhões de m³, a previsão é de que este volume seja suficiente para pouco mais de três meses para abastecimento de água para a população atendida pelo sistema. Por esta razão serão tomadas medidas emergenciais de restrição da oferta para que possamos atravessar o atual período.

Perdas - Outra situação que necessita de uma atuação urgente é o combate às perdas que, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, são de 40%. Em 2014, a cada 10 litros de água potável entregues à população, 4 não foram consumidos ou usados de maneira regular – o que inclui desde vazamentos no percurso entre a distribuição e o consumidor até ligações clandestinas (gatos).

Medidas anunciadas:

1- Disponibilizar no site da Copasa informações diárias sobre o nível dos reservatórios de abastecimento na RMBH.

2- Destacar 40 equipes de campo na RMBH com equipamentos para atuação nos vazamentos, uma das principais causas das perdas no sistema, reduzindo o tempo de ação para interrupção do vazamento que hoje, na média, é de 9 horas.

3- Implantar nova rotina para programação dos atendimentos de campo para realização de manutenções corretivas e preventivas.

4- Revisar os procedimentos de operação do sistema integrado visando minimizar os transtornos causados pela falta d´água em localidades da RMBH. Trata-se de rodízio no abastecimento a ser realizado com programação pré-definida.

5- Realizar Campanha Educativa com o principal objetivo de reduzir o consumo de água em pelo menos 30% na RMBH.

6- Intensificar a contratação de caminhões pipa e a perfuração de poços artesianos, nas regiões mais críticas também no restante do Estado para atendimentos emergenciais.

7- Envio à autoridade gestora de recursos hídricos do estado de solicitação de declaração de situação crítica de escassez de recursos hídricos

8- Atuar na adoção de outros mecanismos previstos legalmente, associados ao racionamento de água, inclusive mecanismos tarifários de contingência aprovados pela Arsae, se for o caso.

9- Executar a captação de 5 m³/s no Rio Paraopeba para a Estação de Tratamento de Água do Rio Manso.

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