segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Idosos e crianças, os alvos da desidratação

Idosos e crianças, os alvos da desidratação
Altas temperaturas do verão favorecem a perda de líquidos. É preciso redobrar os cuidados
 


















A desidratação ocorre quando uma pessoa perde muito líquido e não consegue repô-lo na quantidade necessária para que as atividades fisiológicas continuem acontecendo de forma satisfatória. No caso das crianças e idosos, o cuidado é redobrado.

No verão, as altas temperaturas provocam a perda de líquidos, conforme explica a pediatra credenciada da Paraná Clínicas Planos de Saúde Empresariais, Luciane Valdez. “A água representa 75% da massa corporal de uma criança, por isso, é necessário cuidados especiais para evitar quadros de desidratação”. De acordo com a especialista, as principais causas da desidratação em crianças são os distúrbios gastrointestinais, como vômito e diarreia, febre, sudorese excessiva, ingestão insuficiente de água e rejeição indigesta de líquidos, provocada por doenças como a estomatite e a amidalite.

Os pais podem identificar facilmente se a criança apresenta sintomas de desidratação. “Muita sede, boca seca e pouca saliva, olhos fundos e olheiras, diminuição da quantidade de urina, que também pode ficar mais escura e com o cheiro mais forte, e, no caso de bebês, o afundamento das moleiras”, esclarece Luciane.

Se a criança ficar mais quieta e apática, ou muito irritada, chorando sem lágrimas, o responsável deve leva-la imediatamente a um médico, para a realização de exames e início do tratamento.

Os níveis de gravidade da desidratação são variáveis. Nos casos menos graves, a criança pode ser tratada em casa, apenas com a ingestão oral de água ou soro de desidratação, quando isso não é possível, o tratamento deve ser endovenoso. Já a criança que apresentar quadro de desidratação moderado e choques hipovolêmicos (choques hemorrágicos), deve ser hospitalizada e receber hidratação endovenosa e correção de distúrbios hidroeletrolíticos, quando necessário.

Durante os meses mais quentes do ano os idosos devem ter ainda mais cuidado com a desidratação e criar o hábito de ingerir líquido mesmo que não tenham sede. Este é o alerta de Clovis Cechinel, geriatra do Laboratório Frischmann Aisengart. Segundo o médico, os idosos acabam não sentindo sede como os jovens e, por isso, só sentem a desidratação quando ela fica mais grave. O geriatra explica que a desidratação acontece quando a eliminação de água do corpo é maior que a sua ingestão. Ele orienta que o vômito, a diarreia, o uso de diuréticos, o calor excessivo, a febre e a redução da ingestão de água, por qualquer razão, podem acarretar na desidratação. De acordo com Cechinel, no caso de idosos, para a desidratação ser considerada grave não precisa estar associada a grandes perdas como as explicadas acima. Basta o dia estar quente ou com baixa umidade no ar que o idoso irá perder mais água pela respiração e pelo suor, por conta da maior sensibilidade do organismo. “Se não houver reposição adequada, a desidratação é certa. A sensação de sede reduzida, o uso de medicamentos que induzem ao aumento do volume urinário, bem como a função renal diminuída e a incontinência urinária aumentam o risco de desidratação.

ÁGUA EM PEQUENAS DOSES É SEMPRE MELHOR

Clovis Cechinel, geriatra do Laboratório Frischmann Aisengart, avisa que tomar água em abundância com regularidade pode evitar todos esses transtornos e garantir uma boa saúde. “A ingestão de líquidos deve ser incorporada à rotina, independentemente de o idoso estar em casa ou não. E vale lembrar que refrigerante e cerveja não devem substituir a água”, reforça.

Uma sugestão de Cechinel é ter sempre uma garrafinha ou um copo de água por perto, mesmo quando os idosos não estiverem em casa. “Algumas vezes a falta de ingestão de água é relacionada com a dificuldade de segurar a urina, o que constrange muitos idosos. Mas manter o corpo hidratado deve ser a principal preocupação deles”, fala.

O geriatra lembra que o ideal é garantir que a quantidade de líquidos ingerida seja mais ou menos igual às perdas (urina, suor, lágrimas e saliva) e em pequenas doses. “Copos cheios de água causam uma sensação de plenitude gástrica desconfortável para o idoso. É melhor ingerir em pequenas quantidades, várias vezes ao dia. Além disso, colocar sabor na água, por meio de sucos e refrescos, é uma estratégia eficaz para conseguir ingerir a quantidade de líquidos desejada”, comenta.

DESIDRATAÇÃO

Diagnóstico e tratamento: Cechinel ressalta que na desidratação acontece uma insuficiência pré-renal, sendo recomendada a mensuração de alguns eletrólitos (sódio e potássio), bem como indicadores da função renal (uréia e creatinina), podendo ser importantes para avaliar o grau de desidratação e as possíveis causas, assim como exames de urina, pois a concentração da urina pode refletir o grau de hidratação do paciente. “Um hemograma completo pode ser também solicitado se o médico achar que uma infecção subjacente está causando a desidratação. Outros exames de sangue, como testes de função hepática, podem ser indicados para encontrar as causas dos sintomas”, conta.

DICAS PARA MANTER O CORPO HIDRATADO


PARA IDOSOS

. Beba água em grande quantidade, sempre. A recomendação em dias quentes é cerca de 2 litros por dia
. Não se esqueça de tomar água ou água de coco quando praticar exercícios físicos
. Lave e armazene os alimentos de forma adequada para evitar contaminação, vômitos e diarreia
. Vista roupas leves
. Em caso inicial de desidratação, o soro caseiro pode ser utilizado. Se mesmo tomando as medidas preventivas não houver melhora, o médico deve ser procurado para que medidas maiores sejam tomadas

PARA CRIANÇAS

. Ofereça água com frequência
. A criança deve vestir roupas leves, adequadas às temperaturas do verão
. Procure atendimento médico imediato em caso de vômito ou diarreia
. Evite expor a criança a temperaturas muito elevadas
. Evite intoxicações alimentares, alimentando a criança de maneira adequada, sem fugir muito do cardápio habitual.
 
Fonte: BemParaná - 15/12/14 às 00:00

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