terça-feira, 28 de outubro de 2014

Número de idosos inadimplentes cresce 12,48% em setembro, diz SPC


Entre os motivos dessa alta estão o crédito consignado, gastos com saúde, inflação e empréstimos feitos para terceiros.






Pesquisas de serviços de proteção ao crédito apontam que os mais velhos estão devendo cada vez mais. Já os jovens estão conseguindo sair do vermelho. 

Larissa Coelho é recém-formada em direito e estuda para fazer concurso público. Tem 23 anos e mora com os pais. “Por enquanto é uma oportunidade que eu tenho de economizar, morando com eles e poder estudar, ter o apoio de pai e mãe que é sempre importante”, diz.

Ela e muitos jovens ainda estão fora do mercado de trabalho e esperam ter condições financeiras para sair de casa. Essa é uma das razões para o grupo de 18 a 24 anos ter apresentado uma queda no índice de endividamento de setembro do ano passado para setembro deste ano. 

A faixa etária foi a única em que a inadimplência caiu. De acordo com SPC, 54 milhões de brasileiros estão endividados, com nome sujo. Isso é mais de um quarto da população do país inteiro. 

O mais curioso é que o número de idosos tem aumentado nesse grupo. Logo eles, que sempre foram mais cautelosos com os gastos. 

Na faixa de 85 a 94 anos, o número de inadimplentes cresceu 12,48%. Foi a maior alta. Em muitos casos, porque a renda está cada vez mais comprometida com despesas da família. 


“Eu tenho conhecimento de alguém na minha própria família, que os netos não trabalham, filho por sua vez não trabalha, quer dizer, então aquela aposentadoria do avô, quer dizer, gera uma renda mesquinha para todos”, conta Geraldo Clementino dos Santos, motorista.

Nas ruas, idosos dizem que o orçamento apertou também por causa dos gastos com saúde, da inflação que pressiona as aposentadorias e dos empréstimos consignados.

“Fica inadimplente, porque tira um financiamento, mais outro financiamento, chega no final do mês o salariozinho que ele recebe já é pequeno, menor ainda”, afirma João Luiz Fett, comerciário. 

“Muitas vezes, integrantes da família se utilizam dessas pessoas para pegar um empréstimo no nome deles e muitas vezes não pagam”, diz uma especialista. 

Seu Manoel se planejou a vida inteira para escapar do sufoco. “Eu equilibro meu orçamento. Pago tudo certinho, tudo em dia e ainda sobra um trocadinho”, afirma.

Fonte: G1

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