O empresário Wolder Fonseca recorreu ao “remendo” e ainda deve esperar pelo menos mais 40 dias
por Lucas Prates
Após um mês de uma colisão que danificou o seu veículo, o empresário Wolder Fonseca ainda deve esperar pelo menos mais 40 dias pela chegada das peças para conserto do carro. E, sem opção, roda com o carro “remendado”. Situação que tem se tornado frequente nos últimos meses, com a crescente falta de estoque de peças.
Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Autopeças, a demora está diretamente ligada à falta de organização das montadoras e à variedade cada vez maior de veículos nas ruas.
“Há uma preocupação muito grande com a venda do carro e pequena com o pós-venda. Assim, os fornecedores de peças destinam até 90% da produção para as montadoras e o resto é o que fica para o mercado”, comenta diretor executivo da associação, Roberto Monteiro. Procurada, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) não se manifestou.
No dia a dia das oficinas mecânicas, o problema é recorrente para veículos de todas as marcas, com destaque para os automóveis importados, como os coreanos e os chineses.
O presidente da Associação das Oficinas Reparadoras de Automóveis de Minas Gerais (Assora), Eduardo Viegas, comenta que, com a espera pela chegada das peças, os carros ficam nas oficinas por um período de tempo até cinco vezes maior do que o necessário para o reparo, se as peças estivessem disponíveis.
“Com carros parados dentro das oficinas ao preço que é cobrado pelo metro quadrado hoje, essa demora pesa”, diz.
Direitos
O Código de Defesa do Consumidor obriga as fabricantes a manterem estoque de peças para todos os veículos que ainda estejam sendo fabricados. Para os que saíram de linha, o estoque deve existir durante o tempo em que o automóvel tiver vida útil.
“Caso o carro ainda esteja no período de garantia, as peças devem ser fornecidas no prazo máximo de 30 dias. Ultrapassado esse prazo, o consumidor tem até mesmo o direito de solicitar outro veículo”, orienta o coordenador do Procon Assembleia, Marcelo Barbosa.
Oficinas buscam especialização
Dados da Associação das Oficinas Reparadoras de Automóveis de Minas Gerais (Assora) apontam que o setor de manutenção de automóveis movimenta, mensalmente, cerca de R$ 150 milhões em Belo Horizonte e Região Metropolitana.
A grande diversidade de fabricantes de peças está levando as oficinas a se especializarem em determinadas marcas.
Distribuídas entre diversas especialidades como funilaria, lanternagem, escapamento e eletricidade, a região possui em torno de três mil oficinas mecânicas e emprega aproximadamente 21 mil trabalhadores.
Fonte: Hoje em Dia
Nenhum comentário:
Postar um comentário