Enfermagem cobra melhores condições de trabalho
Profissionais da área, presentes
em reunião da Comissão de Trabalho, reivindicam piso salarial e jornada de 30
horas.
A reunião contou com ampla presença dos
profissionais de enfermagem
Condições precárias de trabalho, jornada exaustiva
e baixos salários. Esses foram os principais problemas levantados em audiência
pública da Comissão do Trabalho, da Previdência e da Ação Social da Assembleia
Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realizada nesta quarta-feira (15/5/13). A
reunião, que contou com ampla presença de profissionais que integram a
Associação Sindical dos Trabalhadores em Hospitais de Minas Gerais.
Profissionais relatam problemas enfrentados pela
categoria
Berenice de Freitas Diniz, que representou o
Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde de Minas
Gerais (Sind-Saúde), destacou que é importante discutir o piso salarial e
a redução da jornada, mas sem que haja diminuição do salário. “Quem faz a área
da saúde são os profissionais. Enfermagem só é desvalorizada porque
historicamente conta com mais profissionais mulheres. Então é uma questão de
gênero também”. Ela salientou os principais problemas enfrentados pelos
trabalhadores, como assédio moral, falta de insumos para a atividade e jornada
exaustiva.
O presidente da Associação Sindical dos
Trabalhadores em Hospitais de Minas Gerais, Carlos Augusto dos Passos Martins,
falou que o movimento feito no ano passado a favor da categoria busca a
valorização dos profissionais. “Precisamos mostrar para todos que temos poder
de mobilização e de reivindicação. Não podemos correr o risco de que o projeto
que está na ALMG fique anos tramitando, como a matéria que está no
Congresso Nacional”. Ele propôs que, no Estado, os profissionais de enfermagem
se mobilizem para que o texto seja aprovado ainda neste ano. Martins pediu
também o compromisso dos deputados.
Para o diretor da Federação dos Empregados em
Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Minas Gerais, Juvenal
Araújo, faltou na reunião a presença dos proprietários dos hospitais. Ele
destacou uma série de viagens, uma parceria da federação com o Conselho
Regional de Enfermagem, para debater o assunto em diversas cidades do Estado.
“Nós exigimos que esse projeto passe pela CCJ”.
Já o presidente do Conselho de Enfermagem, Rubens
Schroder Sobrinho, reforçou a importância da aprovação do projeto. “Nós estamos
cansados. A enfermagem precisa ser valorizada pelo cuidado ao ser humano 24
horas por dia”. Ele falou ainda sobre as condições de trabalho em todo o País.
“São caracterizadas pelo desrespeito à categoria, com o não pagamento de
férias, 13º salário, insalubridade e, ainda, com a falta de equipamentos
adequados, ficando expostos aos riscos”, disse. Sobrinho destacou a presença de
diversos profissionais do interior na audiência.
A diretora da área da saúde do Sindicato dos
Servidores Públicos Municipais de Belo Horizonte (Sindibel), Ilda Aparecida de
Carvalho Alexandrino, registrou a greve dos servidores do setor em Belo
Horizonte por causa das más condições de trabalho. “Essa reunião hoje é um
marco, porque há um ano, não tínhamos nem projeto que previa piso para a
categoria. Mas precisamos de mais avanços”, cobrou.
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