ALTERNATIVA
Crise afeta cursos técnicos e demanda cai
20% no Senai
Mais
barata do que faculdade, modalidade ajuda a abrir portas para o mercado de
trabalho
PUBLICADO EM 27/12/15 - 04h00
JULIANA GONTIJO
Sem
ter dinheiro para pagar as mensalidades, muita gente está desistindo de fazer
cursos técnicos. Neste ano, a procura no Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial em Minas Gerais (Senai-MG) teve queda de 20% em relação a 2014. “O
motivo é o desemprego, a redução da renda”, afirma o gerente de educação
profissional Edmar Alcântara. Segundo ele, o valor do curso varia de acordo com
as 27 áreas oferecidas pelo Senai no Estado, mas, em média, é de R$ 300, com
duração de um ano e meio.
Para Alcântara, os cursos técnicos ainda são pouco divulgados e valorizados no país. “Prevalece no Brasil a cultura do doutor. Entretanto, pouca gente consegue ter acesso ao ensino superior. A cada cem alunos, 15 fazem faculdade”, observa. Ele ressalta que, entre as vantagens do cursos técnicos, está o ingresso mais rápido no mercado de trabalho.
A presidente da Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais (Utramig), Liza Prado, afirma que o curso técnico pode ajudar até mesmo quem pretende fazer uma faculdade. Para ela, ao fazer o curso e ingressar no mercado, a pessoa vai poder analisar se a graduação na mesma área é uma boa opção ou não.
Foi o que fez a jovem Brenda Loren de Souza Pereira, 16. Ela terminou em dezembro o curso de produção de moda do Senac-MG. “Ele me ajudou a confirmar o que eu quero fazer. Agora, me sinto mais preparada para fazer a faculdade de moda”, diz a aluna. Durante um ano, ela conciliou as aulas de manhã, das 8h às 12h15, com as obrigações do ensino médio à noite. “Eu recomendo o curso, que me deu uma boa base. Acredito que, com isso, saio na frente na área em que quero ingressar”, ressalta Brenda, que ficou sabendo do curso, totalmente gratuito, ao ler o Super Notícia.
Pronto para o mercado. Maurício da Silva Rosa é outro exemplo de quem fez e aprovou essa modalidade. Durante um ano e meio, ele pagou e frequentou o curso de instrumentação cirúrgica na Utramig e se formou há três anos. Hoje, a instituição já não oferece mais essa opção. “São várias vantagens. Além de ser mais rápido, você tem não só a teoria, que é importante, mas já conta com a parte prática. Afinal, você tem que sair preparado para entrar no mercado de trabalho”, diz.
Ele conta que a remuneração para o bom técnico pode ser tão boa quanto a de um profissional com curso superior. “Há casos em que um instrumentador cirúrgico pode ganhar R$ 7.000 por mês”, afirma.
Para Alcântara, os cursos técnicos ainda são pouco divulgados e valorizados no país. “Prevalece no Brasil a cultura do doutor. Entretanto, pouca gente consegue ter acesso ao ensino superior. A cada cem alunos, 15 fazem faculdade”, observa. Ele ressalta que, entre as vantagens do cursos técnicos, está o ingresso mais rápido no mercado de trabalho.
A presidente da Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais (Utramig), Liza Prado, afirma que o curso técnico pode ajudar até mesmo quem pretende fazer uma faculdade. Para ela, ao fazer o curso e ingressar no mercado, a pessoa vai poder analisar se a graduação na mesma área é uma boa opção ou não.
Foi o que fez a jovem Brenda Loren de Souza Pereira, 16. Ela terminou em dezembro o curso de produção de moda do Senac-MG. “Ele me ajudou a confirmar o que eu quero fazer. Agora, me sinto mais preparada para fazer a faculdade de moda”, diz a aluna. Durante um ano, ela conciliou as aulas de manhã, das 8h às 12h15, com as obrigações do ensino médio à noite. “Eu recomendo o curso, que me deu uma boa base. Acredito que, com isso, saio na frente na área em que quero ingressar”, ressalta Brenda, que ficou sabendo do curso, totalmente gratuito, ao ler o Super Notícia.
Pronto para o mercado. Maurício da Silva Rosa é outro exemplo de quem fez e aprovou essa modalidade. Durante um ano e meio, ele pagou e frequentou o curso de instrumentação cirúrgica na Utramig e se formou há três anos. Hoje, a instituição já não oferece mais essa opção. “São várias vantagens. Além de ser mais rápido, você tem não só a teoria, que é importante, mas já conta com a parte prática. Afinal, você tem que sair preparado para entrar no mercado de trabalho”, diz.
Ele conta que a remuneração para o bom técnico pode ser tão boa quanto a de um profissional com curso superior. “Há casos em que um instrumentador cirúrgico pode ganhar R$ 7.000 por mês”, afirma.
Vagas
estão ameaçadas com cortes de recursos
O possível corte de até 30% nos recursos do Sistema S – que contempla nove instituições, como Sesi, Senac, Senai, entre outras – pode impactar a redução das vagas em diversos cursos profissionalizantes no ano que vem, segundo o deputado estadual Dalmo Ribeiro (PSDB), que é presidente da Frente Parlamentar da Indústria Mineira.
Ele conta que somente no Senai-MG a redução nas vagas pode chegar a 7.000. “Não é uma perda apenas para os estudantes. Com menos alunos sendo atendidos, empregos nos cursos também correm o risco de serem eliminados”, diz.
O assunto foi abordado durante audiência pública da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) no começo deste mês.
Para o deputado, se confirmados os cortes para 2016, os setores irão perder competitividade. “Mão de obra qualificada é um dos requisitos para um setor ser competitivo”, afirma Ribeiro.
Sem mudança. O gerente de educação profissional do Senai-MG, Edmar Fernando de Alcântara, diz que o planejamento para o ano que vem não sofreu alteração. “Está mantido o número de vagas”, diz.
O possível corte de até 30% nos recursos do Sistema S – que contempla nove instituições, como Sesi, Senac, Senai, entre outras – pode impactar a redução das vagas em diversos cursos profissionalizantes no ano que vem, segundo o deputado estadual Dalmo Ribeiro (PSDB), que é presidente da Frente Parlamentar da Indústria Mineira.
Ele conta que somente no Senai-MG a redução nas vagas pode chegar a 7.000. “Não é uma perda apenas para os estudantes. Com menos alunos sendo atendidos, empregos nos cursos também correm o risco de serem eliminados”, diz.
O assunto foi abordado durante audiência pública da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) no começo deste mês.
Para o deputado, se confirmados os cortes para 2016, os setores irão perder competitividade. “Mão de obra qualificada é um dos requisitos para um setor ser competitivo”, afirma Ribeiro.
Sem mudança. O gerente de educação profissional do Senai-MG, Edmar Fernando de Alcântara, diz que o planejamento para o ano que vem não sofreu alteração. “Está mantido o número de vagas”, diz.
Em estudo
Indefinição. O governo federal ainda está estudando a redução de recursos para o Sistema S. Com menos dinheiro, 40 escolas profissionalizantes poderiam ser fechadas no Estado.
Indefinição. O governo federal ainda está estudando a redução de recursos para o Sistema S. Com menos dinheiro, 40 escolas profissionalizantes poderiam ser fechadas no Estado.
FONTE JORNAL O TEMPO
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