sexta-feira, 27 de novembro de 2015

27 de Novembro, Dia Nacional de Combate ao Câncer

Médicos alertam: exames especializados podem auxiliar no diagnóstico precoce

A Portaria do Ministério da Saúde GM nº 707, de dezembro de 1988, instituiu o Dia Nacional de Combate ao Câncer com a finalidade de mobilizar a população quanto aos aspectos educativos e sociais no controle do câncer.


Liza Prado é autora da Lei 21.168, que institui a prevenção ao câncer de próstata em Minas e determina que o combate à doença seja considerado como uma das políticas estaduais de atenção à saúde do homem.  A Lei determina, também, a implantação e a difusão de formas eficazes de prevenção ao câncer, assim como a criação de condições para a melhoria da qualidade de vida do doente. A Lei 21.168 estabelece, ainda, o desenvolvimento dos recursos humanos na área da saúde, para que haja o aperfeiçoamento e a expansão da assistência aos pacientes.

PL 78 2011 - PROJETO DE LEI - INSTITUI O DIA DE PREVENÇÃO E COMBATE AO CÂNCER DE PRÓSTATA.
Autor: DEPUTADA LIZA PRADO


Novos casos de câncer surgem aos milhares anualmente, de acordo com as estatísticas dos institutos especializados. Os tipos mais frequentes são o de próstata, em homens, e o de mama e de colo do útero, nas mulheres. O que também não é novidade é que pessoas podem contribuir com a prevenção de determinados tipos de câncer com mudanças simples no dia a dia: alimentação correta, rica em verduras e frutas, associada com a prática de exercícios, para manter o peso adequado, evitar o tabagismo, alcoolismo e ter o hábito do sexo seguro, com o uso de preservativos. Para esses e outros alertas foi criado o Dia Nacional do Combate ao Câncer, lembrado em 27 de novembro.

No entanto, especialistas afirmam que a prevenção dessa doença ainda não é totalmente possível, uma vez que são vários mecanismos envolvidos em seu desenvolvimento aliados às características genéticas de cada pessoa. Por isso, a detecção precoce é importante para salvar vidas, uma vez que, quando diagnosticados e tratados precocemente, muitos casos de câncer são curáveis.

Aqui, alguns especialistas comentam sobre exames disponíveis em centros de medicina diagnóstica para a avaliação complementar dos tipos de câncer mais frequentes e de como eles são capazes de indicar uma suspeita ou a necessidade de melhor investigação diante de um caso suspeito.

Câncer de Próstata Segundo Leonardo Kayat, radiologista integrante do corpo clínico da CDPI, o cuidado inicia com a visita ao urologista. Ele reforça a importância dos exames tradicionais, como o antígeno prostático específico (PSA) no sangue e o exame de toque retal, mas afirma que, atualmente, existem meios complementares de detectar o câncer no caso de suspeita da doença, como a ressonância magnética, que vem ganhando força como auxílio no diagnóstico. “O exame vem evoluindo como uma modalidade poderosa na localização e no estadiamento desse tipo de câncer, exibindo um desempenho superior ao exame de toque retal ou à ultrassonografia”, argumenta Leonardo.

Câncer de MamaA Dra. Fernanda Philadelpho, radiologista especialista em mama e integrante do corpo clínico da CDPI e da Alta Excelência Diagnóstica, chama a atenção para a importância da mamografia como método de detecção precoce do câncer de mama, especialmente após os 40 anos. E complementa que, em certos casos – como nas mamas densas e na presença de nódulos, assimetrias e distorções do parênquima mamário previamente detectados no estudo mamográfico – a ultrassonografia das mamas pode ser um excelente exame complementar para o esclarecimento diagnóstico. A ressonância magnética tem sido indicada para pacientes de alto risco genético (> 20%), com câncer de mama recentemente diagnosticado, para pesquisa de tumor adicional, avaliação de implantes de silicone e de resposta quimioterápica, pesquisa de tumor oculto na vigência de metástase axilar e diagnóstico diferencial entre fibrose e recidiva tumoral. A biópsia percutânea de lesões mamárias é um método largamente utilizado e pouco invasivo que permite o diagnóstico patológico. Um fator de extrema importância é a correlação dos resultados das biópsias com os achados clínicos e de imagem. Estes devem ser sempre avaliados e discutidos entre o radiologista que realizou o procedimento, o patologista e o médico da paciente.

Segundo o Dr. Almada Horta, gestor do Setor de Citopatologia do Sérgio Franco Medicina Diagnóstica, a prevenção do câncer de colo de útero, por meio do exame citológico, é fundamental, pois permite controlar essa doença de alta incidência no Brasil, ao diagnosticar e tratar suas lesões precursoras.

Esse processo consiste em visitas periódicas ao ginecologista para coleta de células do colo uterino e envio do material ao laboratório de patologia para realização do exame citológico (teste de Papanicolaou).

Em vigência de um exame citológico alterado, há indicação de uma investigação complementar, a colposcopia, quando o ginecologista observa a vagina e o colo uterino através de um aparelho que possui lentes de aumento e que, após a aplicação de corantes, permite identificar a localização de áreas anormais. Essas áreas podem ser avaliadas por meio da biópsia do material encaminhado para análise histológica no laboratório de patologia. Ao se confirmar a presença de lesão precursora (não invasora) de alto grau, posteriormente, esta será retirada, e a paciente será considerada curada, devendo permanecer em controle citológico e colposcópico.

A medicina diagnóstica moderna desenvolveu, para o acompanhamento dessas pacientes, testes de biologia molecular, como os métodos de captura híbrida, genotipagem ou PCR, que permitem a identificação e a subtipagem do Papilomavírus humano (HPV), agente que pode predispor ao desenvolvimento de câncer de colo uterino. É importante sinalizar, porém, que a positividade desses testes não significa que a mulher, obrigatoriamente, apresente lesões precursoras ou câncer. O resultado negativo dessas avaliações de biologia molecular tem, porém, forte impacto para minimizar o risco de lesões precursoras no colo uterino. 


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