As empresas de telefonia, tanto móvel quanto fixa, permanecem campeãs no ranking de reclamações de consumidores recebidas pelo Procon Assembleia. As informações constam no relatório de atividades da instituição do ano de 2013,
apresentado aos deputados da Comissão de Defesa do Consumidor e do
Contribuinte da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) em
audiência pública realizada nesta quarta-feira (9/4/14).
A telefonia lidera o ranking de reclamações do Procon Assembleia há três
anos. Só em 2013, foram 6.399 notificações. No quarto lugar está o
chamado “combo” (telefonia, internet e TV por assinatura), que engloba
as reclamações desses setores em que não é possível isolar a causa. O
setor de telecomunicações representa mais de 50% das queixas dos dez
segmentos com mais reclamações na instituição.
Em segundo lugar, está o cartão de crédito, com 4.741 notificações,
incluindo, entre as reclamações dos fornecedores, os acordos celebrados
para o parcelamento e o pagamento de dívidas. Por fim, em terceiro
lugar, estão os eletrodomésticos e eletroeletrônicos, com 3.381
reclamações. Vício de qualidade, não entrega e demora na entrega do
produto são os problemas apontados com maior frequência.
Empréstimo consignado, móveis, armários e cozinhas planejadas,
estabelecimentos de ensino e financiamento de veículos complementam a
relação, ocupando, respectivamente o sétimo, o oitavo, o nono e o décimo
lugares. No total, foram recebidas 23.905 reclamações no ano passado.
O superintendente do Procon de Uberlândia, Franco Alves, argumentou,
porém, que a penalização financeira às empresas não basta. Ele relatou
que, em certa ocasião, o representante de uma empresa de telefonia do
Triângulo Mineiro lhe afirmou que não se importava em ser multado, já
que repassaria a despesa aos consumidores. Franco Alves defendeu
intervenções administrativas do Procon nas instituições pegas
infringindo as regras.
Procon Assembleia atendeu quase 85 mil pessoas em 2013
Durante a reunião, foram apresentados o número total de atendimentos
realizados pelo Procon Assembleia em 2013, os acordos promovidos em
audiências e a ampliação do Procon Online. De acordo com o coordenador
do órgão, Marcelo Barbosa, foram contabilizados mais de 84 mil
atendimentos no ano passado, sendo que 75% das demandas apresentadas
chegaram a uma solução satisfatória, por meio dos acordos realizados
entre as partes.
Em relação ao Procon na Escola, um trabalho de conscientização e
esclarecimento promovido nas instituições de ensino também ressaltado
por Barbosa em sua apresentação, o relatório aponta que cerca de 300
instituições de ensino participaram do projeto, que resultou no
atendimento de 17.464 alunos.
Sobre o Procon Online, criado em 2012 com o intuito de estruturar
convênios com câmaras municipais onde não existe o serviço de
atendimento ao consumidor local, o relatórior do Procon Assembleia
mostra que mais de mil queixas foram analisadas em 2013, frente aos 429
atendimentos realizados até então.
Por meio do Procon Online, o consumidor lesado dirige-se à câmara
municipal, relata o ocorrido, apresenta a documentação relacionada ao
caso e aguarda orientação. As informações são enviadas ao Procon
Assembleia, que entra em contato com o fornecedor, intercedendo pelo
consumidor. O resultado é comunicado ao consumidor por meio da câmara
municipal.
Desafio é levar atendimento ao interior
Tanto o coordenador do Procon Estadual, o promotor Fernando Ferreira
Abreu, quanto o superintendente do Procon de Uberlândia, Franco Alves,
defenderam o fortalecimento dos órgãos municipais de defesa do
consumidor. “O Ministério Público cumpre um importante papel na tutela
coletiva dos direitos dos consumidores, mas o atendimento cotidiano é
realizado pelo Procon Assembleia e pelos Procons municipais”, destacou
Franco Alves.
“Quando propomos a instalação de unidades municipais do Procon no
interior, as prefeituras, em muitos casos, entendem que a fiscalização
local irá prejudicar o comércio da região. No entanto, o Procon é
importante justamente por atender também a causas mais amplas, como as
referentes a planos de saúde e serviços por assinatura”, frisou Fernando
Abreu. O promotor ainda indicou como solução para os municípios
pequenos, em que um posto específico para a defesa do consumidor não se
justificaria, consórcios com cidades-polo.
A deputada Liza Prado (Pros) lembrou a atuação da campanha Minha
Cidade tem Procon para a difusão dos órgãos de defesa do consumidor no
interior, mas ponderou que ainda é preciso avançar muito na qualificação
dos Procons municipais. Ela lembrou sua experiência no Procon de
Uberlândia para enumerar as dificuldades pelas quais essas instituições
passam fora das capitais.
Fiscalização - Ao final da reunião, respondendo a
questionamentos da deputada Liza Prado, o promotor Fernando Abreu
informou que, a partir do próximo mês, um novo veículo estará à
disposição do Procon Estadual para a fiscalização in loco de
combustíveis. Ele também afirmou que o órgão está atento à adulteração
do leite praticada no Sul do País, para que a prática não se alastre em
Minas Gerais.
Fonte: ALMG/Assessoria deputada Liza Prado
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